segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Hoje lendo meu título eleitoral pude entender o porquê está escrito "zona eleitoral". Aqui em Porto Alegre, por exemplo, a nossa excelentíssima deputada federal mais votada das eleições é candidata a prefeita. Até aí, tudo em ordem. Ela votou a favor da CPMF, da CSS e ferrou em alguns outros detalhes. Tudo bem, pensariam alguns. Não bastasse, ela se juntou com o Berfran, que era aliado político do governo Britto (aquele das privatizações) e ainda tem a cara de pau de dizer que há muitos pontos em comum na ideologia dos dois partidos. PC do B, da Manuela, e PPS, do Berfran. Um se diz comunista do Brasil, o outro populista. Conheço bem os pontos em comum.
O Onyx Lorenzzoni é um sem-vergonha de outras eleições. Fosse apenas isso seria natural. Mas não, o vice dele é, nada mais, nada menos, que Mano Changes. Aproveitaram que já existe um ser cantante na prefeitura, quem sabe substitui-lo por outro com letras mais joviais como "chuva nas calcinhas, tempestade nas cuecas" ou então "ahhh! eu tô sem erva" fosse uma estratégia política bem bonita.
O Fogaça não foi de todo ruim (quem não é visto não é lembrado, foi sua campanha enquanto prefeito), mas se omitiu com as obras da Baltazar. Não pegou sua bandeira e não foi reclamar junto ao governo. Esqueceu, ele, que em apenas "metade da Baltazar" moram mais de 115 mil habitantes. Talvez tenha perdido as eleições aí. O slogan dele é "primeiro a gente faz, depois a gente fala". Talvez fosse "primeiro a gente se omite, e se der certo a gente fala".
O Marchezan dispensa comentários.
Nisso tudo, sobrou apenas a Luciana Genro, que foi fiel aos princípios políticos. Nas ultimas eleições, por exemplo, não se coligou com ninguém em segundo turno. Mas, não se coligou porque ninguém queria dividir poder, por vaidades, ou não se coligou porque não queria ser co-responsável por isso tudo?
Enfim, minha zona eleitoral é 82, dentre tantas outras por aí.

Tecle 69 e confirma.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Eu presto atenção no que eles dizem, mas eles não dizem nada

Sempre tentei escrever muito sobre algumas coisas, inclusive já escrevi diversas vezes, mas nunca encontrei as palavras certas. Isso acontece seguido. A propósito, nunca sei a hora exata de parar, de frear, de recuar. Não é ingenuidade, é, talvez, falta de experiência. Falta de experiência no sentido mais amplo, de sair para conhecer as coisas, a sistemática do mundo ou a minha sistemática mesmo. Talvez seja a falta de interesse. Talvez. Gosto de escrever coisas sem um único sentido, sem uma única interpretação. Quem ler que interprete, não quero entregar nada pronto, nem receber nada pronto. E quanto a entregar algo que não esteja pronto, há quem saiba fazer isso muito bem. Confesso que gosto, fica aquela sensação de "será que é? será que não é?". Entrelinhas, entrelinhas... Mas vou sair devagando por aí, conhecendo tudo ao longe, as pessoas, a cultura, a natividade.