terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Balancete de Verificação

O ano está terminando e, com ele, vem à tona o seu balanço. Foi um ano mais agitado que o comum, é bem verdade, mas sempre há algo que aprender. Vestibulares, quartéis, universidades. Empresas, romances, responsabilidades. Pressão de vários lados. Apesar de fisicamente errado, uma vez que pressão não é vetorial, foi o melhor termo que encontrei.
Conheci gentes, tracei caminhos e me aventurei aos poucos. Me aventurei na literatura, do romance ao soneto àqueles olhos, que apenas depois descobri brilharem menos que os meus, mas não porque brilham pouco, mas sim por uma questão biológica mesmo. Regalei meu coração, prometi-o a "alguien" ou a "nadie". Regalei o meu carinho e julgo ter renovado esperanças ou, ao menos, ter gasto energia suficiente naquela tarde. Pequei. "Pequei não porque hei pecado". Pequei pelo simples fato de ter podido fazer mais coisas com mais intensidade e não o fiz. Me distraí também. E deixei o tempo passar. Ele, correu, fugiu; tempo arredio. Fui tio por um dia, vários sobriunhos. Brinquei e me apeguei. Uma realidade diferente, mas ainda sim realidade. Triste. Chorei e muito: de emoção, de comoção, de raiva. Esbravejei. Em um lugar aprendi a racionalizar. Noutro, a relativizar e ver o quão pequeno e quão frágil somos. Debaixo daquela corredeira senti a energia emanada daquele lugar, e o vento quente soprando em meu ouvido me fez arrepiar. Me apaixonei, diversos amores. E alguns desafetos. Sentado, um, dois? Não, obrigado Gustavo. Um ideal, uma paixão, apenas um caminho. Mas é tarde para saber, o ano está acabando.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Pronto nos vamos a ver. Ocho días, al menos. "Vengo desde tus brazos, no sé hacia donde voy". El veintiocho yá está reservado, son de ustedes. "Juntos hicimos un recuerdo en la ruta". La ruta de la amistad, del cariño y amor. Dos familias, dos países distintos, pasiones en comun.

"Casi todos tendrán un instant en su touch de gloria"!

"Y dale alegría, alegría a mi corazón!"

"Buena estrella para todos, buena estrella para vos"



Aguante, los Marchetta!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Outro do Poemas no ônibus

Mais um da série...



A equação da dor



O amor é exato

Sou o resto de um cálculo perfeito

a incógnita que te ama

Mas nao serve em tua vida

Este gráfico inconstante

Mas por que estou em teu domínio

se não sou tua imagem?









Não se aplica muito bem ao momento, mas só um matemático faria tal poema.

Algumas semanas para o vestibular, tudo muda o tempo todo... Mas eu te espero.

sábado, 13 de dezembro de 2008

À sombra da figueira, debaixo da laranjeira



O Blog mudou. O verde combina mais com as minhas pretensões e me parece mais alegre que outrora.

Na foto mais do que uma angiosperma dicotiledônea com frutos tipo baga e raiz pivotante, há toda uma bagagem histórico-cultural e um ideal de vida representados. Uma árvore datada da época da colonização, protegida por ser um patrimônio histórico, no coração de Recife. No dia da árvore foi realizado um protesto contra a destruição de paisagens naturais e, num ato simbólico, abraçaram essa árvore. Foram necessárias 12 pessoas para tal. Doze.

A figueira, imponente, é ponto turístico de qualquer pacote que leve ao centro histórico de Recife, com casebres e botecos à la portugueses: coloridos, pequenos, de arquitetura simples mas singular. Um bom passeio, enfim.

Y los "monos" están devastando éste llugar...

Poemas no ônibus

(...)
Crioulo criado
Cavalo encilhado
Prenda do lado
Gaúcho feliz



Sim, eu gosto de Poemas no Ônibus!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Sempre que me prometem algo a longo prazo eu fico com o pé atrás. Foi assim em outros tempos, está sendo assim agora. É como se tivesse preso a uma corda que um dia te permite sonhar mais longe do ponto de origem e no dia seguinte o módulo estivesse menor. x+y< sonho.
Hoje estive a ponto de abandonar tudo, pela décima quinta vez esse ano. É mais ou menos como a postagem do show de Truman, em outras proporções.
Bem na boa, eu enchi o saco.


(Poucas postagens, pouco tempo para postar, pouco ânimo também. Quando eu ficar menos chato eu volto aqui.)

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Tema da Vitória

Alguns dias ficam marcados pra sempre na história de um homem. O primeiro beijo, o primeiro sorteio em algum prêmio importante ou a última despedida. Ainda lembro daquela corrida em que só entrava a primeira e a sexta marcha, acabou a prova entregue à exaustão. Era um ídolo. Antes daquele dia, muitas manhãs de domingo marcaram minha vida: levantava cedo e ia para a cama dos meus pais, assistir ao GP de Fórmula 1. O Senna entrava em cena e não havia qualquer possibilidade de eu não acabar minha manhã feliz, contente com mais uma vitória ou grande apresentação de um dos meus primeiros ídolos. Ele dizia que quem quer ser bem sucedido precisa de dedicação total, ir ao último limite e dar o máximo de si. Aprendi com ele a buscar meus objetivos, a pisar fundo convivendo com o medo de errar. Afinal de contas "ou se vai pra ganhar, ou não". O medo de errar o fascinava, e errou. Mas deixou um legado que me serve de inspiração. Entrei pra vencer e vou dominar o medo de errar, essa é a minha vez. Depois de 15 anos voltei a ver graça na Fórmula 1.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Encefaloespermia

Sábado passado no programa Altas Horas, da Globo, vi uma série de artistas de renome cantando num teatro tradicional aqui de Porto Alegre, o Theatro São Pedro. Marco cultural do estado, e por quê não dizer da região sul ou do país?!, completou 150 anos esse ano. Mas mesmo com esses anos todos, teve que passar por uma situação constrangedora durante o programa televisivo: aguentar o Chorão do Charlie Brown defecando suas "canções e poesias". Mas o mais dolorido para mim foi ouvir ele gritar "Vamo fazê barulho nessa porra". Como assim "nessa porra"?! Um lugar de credibilidade, de respeito, passar por uma situação dessas. O lugar de falar "porra", "caralho" e afins, definitivamente não são naquelas bandas.
Mas tudo bem, a instituição é maior que isso. O professor Jones tinha razão, algumas pessoas sofrem de encefaloespermia, ou "porra na cabeça", como preferir.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Minha comemoração de aniversário com os amigos veio na semana seguinte ao meu aniversário. E de forma surpresa. Mas como quem surpreende pode também ser surpreendido, cheguei com aproximadamente cinco horas de atraso. Atrasos meus são incomuns, deve ter sido apenas um ajuste nos ponteiros de um relógio biológico com pontualidade britânica, como o meu. À toa, ainda no colégio, ganhei o posto de tartaruga (ou tartaruguinha, para os íntimos) mesmo sem nunca ter endendido o motivo. Como ambientalista chato e fervoroso que todos sabem que sou, minha festa tinha faixa verde, balão verde, biscoitos verdes e, inclusive, a massa do bolo era verde. Sem contar os presentes: chás de capim-cidreira, folhagens da sorte, lápis verdes e até -pasmem!- um coco. Esse último com um rosto desenhado e escrito VILSON, a versão traduzida do "Wilson-bola-de-baseball" d'O Náufrago. O Vilson, segundo acordo firmado, é meu talismã para o vestibular. Enfim, tudo era verde. Os convidados também vestiam verde. E não me surpreenderia se tivessem seus rostos verdes, esses amigos são de outro planeta.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Temos um acordo implícito e não-verbal. Eu finjo não saber de nada e ela finge que eu não sei. "Era o capítulo da novela" foi o nosso código. Mais que isso foi uma barreira, uma imposição sobre o assunto. Existiram dados divergentes que eu percebia, mas como era o capítulo da novela, eu não contestava, fazia parte do acordo que nunca fora firmado. Até hoje só falei para uma pessoa, aos prantos. E não consegui falar tudo, soluçava. Não quero reabrir um assunto do passado, quiçá antes da minha existência, embora seja de meu interesse também. O fato é que isso às vezes me perturba, faltam laços para juntas todas as pontas da vida. Sei também que algo se passou comigo, mas não consegui ouvir nitidamente o que era, só sei que se explica muita coisa. Não fossem elas tão unidas, já teria dado um jeito de descobrir, mas tenho medo de machucá-las.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Fala, mãe!

Se tem alguma coisa que mãe gosta de fazer é falar mal dos filhos. Falar mal para as amigas, falar mal para as amigas das amigas. Não que seus filhos sejam de caráter duvidoso, é que elas sentem prazer nessa confraternização amistosa. O mais engraçado é que elas relatam as mesmas coisas umas para as outras e chegam à maravilhosa conclusão de que uma geração inteira está perdida. E logo essa, que foi livre de repressão, que pôde falar aquilo que pensava sem ser perseguido por uma ou outra autoridade. Logo essa, que sempre teve tudo de "mão-beijada", que estudou e que teve apoio paterno. Logo essa juventude, que se esbalda em coisas fugazes, que joga dinheiro pra cima sem saber o seu valor. Logo essa, logo essa.
Charles Kieffer, um baita escritor, disse em Caminhando na Chuva (como é bom caminhar na chuva!) que a vida era redonda: o homem caga no rio, o peixe se alimenta no rio e o homem se alimenta do peixe. Não que suas verdades sejam universais, mas concordo que a vida seja redonda. Fizemos as mesmas coisas que nossos pais, dadas as devidas proporções, que por sua vez fizeram o mesmo que nossos avôs, que por sua vez.. Que por sua vez... Que por sua vez... A vida é redonda.
Se falarmos com historiadores novatos dirão que a vida é espiral e começarão a filosofar sobre a luta de classes, de um tal de Marx.
Os sociólogos entrarão em êxtase defendendo as idéias de Augusto Comte.
A minha matemática derivará sucessivas funções e calculará limites. A Maria do Horto (grande mestra!), novamente, chamará a SAMU.
Mas as nossas mães, elas reclamarão!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Infinitamente maior não é um número, mas a idéia cerebral da grandeza matemática.


É estranho calcular limites matemáticos de funções e não conhecer alguns limites que a vida impõe. É estranho valer-se de métodos algébricos que fornecem além do necessário e não ter uma fórmula exata para resolver apenas um problema. São várias lentes, vários modos para analisar diversas situações, diria o professor de Teorias da Administração. Chama a SAMU, diria a minha grande mestra em matemática. E eu já não sei.




Mais um gabarito em matemática! Engenharia, lá vamos nós!

domingo, 14 de setembro de 2008

O mundo é bão, Sebastião.

As mesmas oportunidades, a educação semelhante, os mesmos lugares, amigos em comum. E um destino tão diferente. Não é porque um morreu, é porque vários outros irão morrer, e outros próximos. Ontem foi um guri que, apesar de não ser meu amigo, se criou comigo, talvez amanhã seja um amigo meu. E eu aqui, trabalhando, estudando, cheio de sonhos. É incrível como pessoas que tem as mesmas oportunidades seguem rumos tão diferentes.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

O Tempo

Essa noite passei algumas horas na janela, olhando o céu. A noite era de temperatura amena, de início de primavera. O céu estava estrelado e isso bastava. Foi só então que eu percebi que muitas coisas ainda não tinham explicação, o porquê eu gosto de você e você talvez não pense tanto em mim ou que diabos fizera Louis Pasteur ler Ilíada, de Homero, e numa passagem qualquer perceber que dali poderia ser negada a Teoria da Abiogênese. Voltei para a cama e demorei a dormir: remexia com sofreguidão todas as idéias malucas e projetos desvairados para te ver; o fiz à exasutão. Acordei e levantei ainda trôpego, queria saber que horas eram, o relógio grande da sala anunciara: dez badaladas. Isso se contei certo. Queria ter contado mais, talvez o tempo passasse mais depressa e eu pudesse logo te ver.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Hoje lendo meu título eleitoral pude entender o porquê está escrito "zona eleitoral". Aqui em Porto Alegre, por exemplo, a nossa excelentíssima deputada federal mais votada das eleições é candidata a prefeita. Até aí, tudo em ordem. Ela votou a favor da CPMF, da CSS e ferrou em alguns outros detalhes. Tudo bem, pensariam alguns. Não bastasse, ela se juntou com o Berfran, que era aliado político do governo Britto (aquele das privatizações) e ainda tem a cara de pau de dizer que há muitos pontos em comum na ideologia dos dois partidos. PC do B, da Manuela, e PPS, do Berfran. Um se diz comunista do Brasil, o outro populista. Conheço bem os pontos em comum.
O Onyx Lorenzzoni é um sem-vergonha de outras eleições. Fosse apenas isso seria natural. Mas não, o vice dele é, nada mais, nada menos, que Mano Changes. Aproveitaram que já existe um ser cantante na prefeitura, quem sabe substitui-lo por outro com letras mais joviais como "chuva nas calcinhas, tempestade nas cuecas" ou então "ahhh! eu tô sem erva" fosse uma estratégia política bem bonita.
O Fogaça não foi de todo ruim (quem não é visto não é lembrado, foi sua campanha enquanto prefeito), mas se omitiu com as obras da Baltazar. Não pegou sua bandeira e não foi reclamar junto ao governo. Esqueceu, ele, que em apenas "metade da Baltazar" moram mais de 115 mil habitantes. Talvez tenha perdido as eleições aí. O slogan dele é "primeiro a gente faz, depois a gente fala". Talvez fosse "primeiro a gente se omite, e se der certo a gente fala".
O Marchezan dispensa comentários.
Nisso tudo, sobrou apenas a Luciana Genro, que foi fiel aos princípios políticos. Nas ultimas eleições, por exemplo, não se coligou com ninguém em segundo turno. Mas, não se coligou porque ninguém queria dividir poder, por vaidades, ou não se coligou porque não queria ser co-responsável por isso tudo?
Enfim, minha zona eleitoral é 82, dentre tantas outras por aí.

Tecle 69 e confirma.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Eu presto atenção no que eles dizem, mas eles não dizem nada

Sempre tentei escrever muito sobre algumas coisas, inclusive já escrevi diversas vezes, mas nunca encontrei as palavras certas. Isso acontece seguido. A propósito, nunca sei a hora exata de parar, de frear, de recuar. Não é ingenuidade, é, talvez, falta de experiência. Falta de experiência no sentido mais amplo, de sair para conhecer as coisas, a sistemática do mundo ou a minha sistemática mesmo. Talvez seja a falta de interesse. Talvez. Gosto de escrever coisas sem um único sentido, sem uma única interpretação. Quem ler que interprete, não quero entregar nada pronto, nem receber nada pronto. E quanto a entregar algo que não esteja pronto, há quem saiba fazer isso muito bem. Confesso que gosto, fica aquela sensação de "será que é? será que não é?". Entrelinhas, entrelinhas... Mas vou sair devagando por aí, conhecendo tudo ao longe, as pessoas, a cultura, a natividade.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Eu não deveria, mas às vezes penso que sim, deveria. Eu não queria, mas pensando bem, acho que queria sim. Repetidas vezes me deparo com uma cena incomum, sentado num jardim de estrelas, sob o sol de fim de tarde: eu fico triste por eu estar aqui e você aí, ao mesmo tempo que sinto estar aí junto de ti, ou você aqui... Pertinho.
Sempre que faço aquele caminho, uma ou duas vezes na semana, penso nela. As belas paisagens, de um lado o Vale dos Sinos com seu real significado, o vale muito sinuoso. De outro, mais distante, a Serra gaúcha. O verde das matas combina com o azul límpido do céu e o cinza do asfalto sinuoso. Combina com ela também, não sei porquê. Ainda vou correr aquela estrada rumo ao interior, descobrir os caminhos, os perigos e os encantos. Tudo junto dela.

(8)Sentado num jardim de estrelas, sob o sol de fim de tarde... ali se vê, se ouve o vento... (8)


engenharia, engenharia...

terça-feira, 17 de junho de 2008

En nuestra ciudad, de pobres corazones, las guitarras lloran una canción yá vieja para todos. Los sonidos que lo hace és de otro tiempo, pero a ella no le parece nada, és nuevo.
Todo que decía no tiene valor ningún, pero a la puta! Sos una sin cabeza que parece muy grande y muy inteligente, la mayor.



Yá de mis amigos de allá los extraño...

domingo, 18 de maio de 2008

Sábado, 22 de março de 1982

Deitado no sofá da sala, às 4h da manhã,vejo a lua pela janela. Ela nunca esteve ali, não que eu tenha reparado. O céu claro e a noite fria, por alguma razão, me lembrou Jenny. Amigos desde cedo - grandes amigos- por uns tempos fomos grudados como unha e carne, até o fim do colegial. Na universidade acabamos nos separando, eu fui para uma mista e ela para uma somente de meninas, como no filme, mas sempre que dava eu ia visitá-la. Ao presenciar qualquer sinal de perigo corria para protegê-la e trocava os pés pelas mãos por diversas vezes, eu não pensava. Ela me dizia que eu tinha que pensar no futuro e encontrar alguma coisa para fazer, mas eu não sabia -ou talvez soubesse. Fui para o Vietnã: "corra quando se sentir em perigo", ela me disse. Na minha jornada conheci o Bubba, que conhecia tudo sobre camarões e ele queria que fôssemos sócios. Era meu melhor amigo. Morreu no Vitnã vítima de um bombardeio, eu voltei para buscá-lo e ainda lembro das últimas palavras que me disse. Na volta comprei o barco pesqueiro e o batizei de Jenny. O capitão Dan veio me ajudar, conforme havia dado sua palavra naquele fatídico dia de ano bom. E eu, novamente, pensava na Jenny, no que ela estaria fazendo, se estava bem; eu torcia para que tivesse bem e até rezava por isso. Rezava como naquele dia em que ela queria ser um pássaro. Ganhei um dinheiro e voltei pra casa, oenente Dan cuidava de tudo pra mim e a mãe de Bubba recebia metade do dinheiro, afinal eu e Bubba seríamos sócios "meio a meio, combinado?". Mas à noite, quando minha casa estava vazia e eu não tinha nada para fazer, eu pensava na Jenny. E um dia ela apareceu e pareceu que iria ficar para sempre, mas outra vez fugiu. Resolvi sair para dar uma corridinha e pensei que pudia ir mais além. Corri por 3 anos, 2 meses, 14 dias e 16 horas. Quando a reencontrei tive certeza de que era sim o que eu queria -e mais- era o que ela queria. Eu não sou um homem esperto, mas eu sei o que é o amor. 22 de março de 1982 não foi um sábado, foi uma segunda-feira, mas isso pouco importa...



Com amor, Forrest.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Estava ansioso, aquilo me gerava sentimentos divergentes, num misto de amor, medo e prazer. O ronco forte anunciava sua partida. Lá dentro pouco se podia mover, tamanha sua força. Saiu rápido e logo ganhou novos ares. De lá podia ver toda a cidadee perceber o quão pequenos somos. Sobrevoamos algumas cidades litorâneas que pude identificar, atravessamos a fronteira e ganhamos o interior. Passamos por Capinzal também (era Capinzal, tenho certeza!). Balança pra cá, balança pra lá e pousamos. Tudo era maior do que eu previa. Aguardaria provavelmente uma hora até que pudesse me encontrar com o pai que vinha em outro vôo. Almocei e o tal vôo não havia aparecido. Já preocupado com possíveis atrasos ou problemas com o velhinho, procurei informações no guichê da companhia. "O avião estará pousando em 15 minutos lá em Congonhas, senhor". Estava perdido. Perdido numa cidade de mais de dez milhões de habitantes, sendo a maior do hemisfério sul. Guarulhos fica na zona norte e Congonhas na zona sul. Tomei um coletivo e segui rumo ao centro, Praça da República era o meu destino. Sabia que o hotel era por ali, certamente me acharia. Rodovia Ayrton Senna, Bandeirantes, Marginal, Ipiranga e Pç. Da República. Caminho curto, aparentemente. Após 1h30min chego na Praça, um dos grandes marcos da grande cidade, hoje conhecida por ponto de drogas e prostituição no coração do coração do país. Achei o hotel, encontrei meu velho, tudo certo.
Demorei para descobrir que São Paulo era mesmo grande: caminhava uma quadra e entrava num buraco de mais ou menos 5 andares subterrâneos, pegava um coletivo diferente que produzia um barulho alto e passados alguns minutos me diziam que eu estava do outro lado da cidade,5 andares subterrâneos ainda. No horário de pique (ou pico, como quiser) as pessoas te atropelam e não olham nem para o lado, é um comportamento um tanto quanto hostil mas que funciona muito bem nessas situações, aprendi logo. Outra coisa muito legal que vi por lá foi o 'Trolebus", o ônibus elétrico. É movido através da energia de cabos elétricos, dispostos durante o corredor. Ele fica preso nesses cabos e faz somente aquele caminho, com uma margem para desviar de eventuais obstáculos. Ecologicamente correto, aprovado por mim.
Centro de cidade grande sempre é algo engraçado à noitinha. Love Story se chamava o inferninho, alguns diziam que era o "Refugo de putas": faziam seus programas durante a noite e depois iam pra lá para se divertir. A festa, para se ter noção, começava às 4da manhã e só acabava com o sol alto, lá pelas 11 horas.
Do outro lado da rua o edifício residencial mais populoso do mundo, com mais de (pasmem!) 5 mil apartamentos. E por incrível que pareça, não encontrei muitos moradores e um movimento exacerbado. Muitas portarias e muitos porteiros. Tampouco entendi como eles cuidavam as câmeras de vídeo.
O trânsito é incrível. Não se usa a seta para pedir passagem. Usa-se para informar que está passando, quando muito se dá uma buzinadinha para alertar motoristas desavisados.
Por fim, novamente o ronco forte do motor numa noite nublada, tempestade no caminho. Estava cansado e,após o lanche, tentei dormir. Quando pegava no sono, um apito e minha cabeça batendo na janela. Turbulência das boas, todos com os cintos apertados (o que me parece não fazer a mínima diferença em caso de acidente). Não consegui mais dormir, tudo bem. Voar é um prazer.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Amigos como a gente, nós nunca mais vamos ter. E nunca mais tive, ela tinha razão. Por vezes me custou admitir que ela tivesse razão, brigamos e brigamos feio por uns tempos. Todos aqueles brigaram, ao menos uma vez. Alguns mais, outros menos, mas todos sem exceção brigaram. Mas isso foi bom para o nosso crescimento pessoal, precisávamos viver mais coisas alheias à nossa idéia inicial, precisávamos crescer paralelamente a tudo, e crescemos, evoluímos. Na nossa vã filosofia, seríamos eternos, nada atrapalharia. Entretanto, o tempo muda constantemente e conosco não foi diferente. Hoje aquele grupo está dividido, mas com certeza unido em coração.

Assim que tiver mais tempo, continuo escrevendo...

quarta-feira, 2 de abril de 2008

O Show da Vida

Meu nome é Maurício Truman Paixão. Truman, para os amigos. Minha vida não é bem um reality show, mas se fosse não seria de toro ruim. Reality show envolve paixão do público, interatividade e comunicação. Nunca vi cameramen escondido no elevador nem o amor da minha vida reclamando que não pode continuar assim, que está pedindo demissão, logo quando estamos abraçados. Entretanto, minha vida é administrada por outrem, embora eu faça administração. Deve ser o mesmo público do reality show, não sei. Fui convidado a conhecer o trabalho de alguns profissionais que me agradam, mas o público decidiu que não, que era besteira, que eu esquecesse isso.
Converso com algumas pessoas que me fazem bem e incentivam, algumas até conviveram largo tempo comigo. Já agora não sei se existem de fato ou se é um joguete dessa direção do programa. Uma tem aspirações parecidas, em outro âmbito apenas. Outra me entende, me deixa feliz, tem uma alegria contagiante. Devem ser personagens desse show da vida.
O Show de Truman acabou de forma feliz, espero o mesmo. Depende só do público.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Esquina democrática

Porto Alegre é uma cidade legal, uma arquitetura bonita, paisagens naturais idem. Mas uma esquina sempre me instigou: a Esquina Democrática. Palco de manifestações políticas no passado, no presente e -provavelmente- no futuro, é um dos marcos portoalegrenses. Manifestações artístuicos-culturais também. Os maragatos, quando conquistaram Porto Alegre, entraram pela ponte da azenha e desceram até o centro. Para mim, pegaram a Borges e foram até a Andradas. O Borges de Medeiros ainda nem tinha nascido, mas isso não importa.
Lendo a série "Poemas no Ônibus", um dia desses indo para a faculdade, me deparei com um em especial:


Lá onde a Borges cruza a Andradas
A estátua é homem e a arte sobrevivência
Ma esquina famosa
um trocado move monumento
um trocado agradecimento
A estátua é capitalista
Mas a esquina é democrática



Pequena homenagem aos 236 do Porto mais Alegre dos gaúchos!

quinta-feira, 20 de março de 2008

Bom dia!

Acordo todos os dias no mesmo horário, ou quase no mesmo horário. Não importa se cinco minutos mais ou cinco minutos menos, basta eu colocar o pé no chão para o rádio da mãe começar a cantarolar nos meus ouvidos "Boooom dia!!! Boooom dia! bom dia pro sol da manhã, bom dia pros homens da terra, bom dia pra mãe natureza, bom dia pra quem não faz guerra!". Ouvir isso de manhã e não fazer guerra, não destruir o maldito rádio que berra nos teus ouvidos logo cedo já é um ato de autocontrole infindável. Saio de casa sempre no mesmo horário também, dez pras oito. Tiro o carro da garagem e me vou. Após uma semana inteira de estudo e trabalho, uma pelada no final de semana para descontrair. Estão sempre no mesmo lugar, como se ali tivesse seus nomes. A camiseta do clube também é sempre a mesma, se o time ganha é por causa dela. Se perde, é por não estar com ela. Também tenho a minha guerreira, datada de 1998, do xerife Dunga, mas nas decisões de campeonatos a do eterno Dom Elias Figueroa me acompanha na mão. "A grande área é a minha casa e nela só entra quem eu quero". Não acredito e não sou supersticioso. Mas que algumas coisas funcionam, funcionam!

quinta-feira, 13 de março de 2008

Despedida

Ela vai embora, mas isso não é necessariamente ruim. É que despedidas me remetem a alguma nostalgia. Ela vai embora e vai ficar mais perto, é estranho mas é bem assim.
- Isso não vai ser bem uma despedida, vai ser quase umas "boas-vindas".
-É, eu sei... mas mudança é sempre tão estranho!
-Se tu pensa que tu vai se livrar de mim, não vai não!
-E quem disse que eu reclamo? =D

A conversa não foi bem assim, mas isso não importa. O que importa é que ela esteja feliz com isso, torço muito por ela. Torço pela gente também, por essa amizade que cresce a cada dia. Ela é especial.

Sorte nessa nova fase, galega! Em breve a gente se vê!


Ah, e aquela veeeelha: "Lindos olhos!"

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segunda-feira, 10 de março de 2008

Histórias reais, seres imaginários

Acontecia sempre antes de datas especiais. A festa pronta, o horário marcado, o noivo esperando.

-Amarildo, essas crianças não fazem nada direito! Olha só aquela gravata do Juninho...!
-Vem cá, Juninho, deixa o pai arrumar isso aí.
-E tu, Lucas, nem um copo tu lava, nem um copo! Agora vou ter que juntar essas bagunças todas.

O salão era invadido por convivas vorazes por festa e por comida liberada, era o assunto para o dia seguinte.

No carro, impaciente, o Marquinhos reclamava:

-Manhê, deixa essa louça e vamos embora, já estamos atrasados!

Mas a Marilúcia não se dava por vencida:

-Eu estou pronta desde às sete, vocês que deixam para se arrumar em cima da hora, aí já viu, é essa correria! É tudo culpa tua, Amarildo, que deu moleza e mimou esses guris, porque se dependesse de mim...

E não acabou a frase, nunca acabava.

Já aborrecida ela lamentava não ter conseguido ensinar tantas coisas aos filhos quanto gostaria.
Os filhos, já cansados e suados, após duas horas engomados naqueles paletós azuis escuro a uma temperatura de quase quarenta graus, lamentavam o fato de a mãe ainda não ter parado de reclamar, tampouco ter se aprontado.

-Não quero mais saber de festa! Se vocês quiser ir, tudo bem. Eu não vou.

E lá ia Amarildo em mais uma desuas missões impossíveis convencer Marilúcia.

Por fim, chegavam junto dos noivos -ou um pouco depois - e curtiam a festa. No dia seguinte falavam da festa, da comida e das roupas. Como é bom o clima de festa!

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"Tudo diretamente indireto!" - Michelle Moraes

quarta-feira, 5 de março de 2008

Confidência do Itabirano

Não é o itabirano, deDrummond, mas tem noventa por cento de ferro nas calçadas - a fachada. Seguramente não tem oitenta por cento de ferro na alma, mas a calçada o aparenta. Por longos anos, creio ter sido a segunda vez que o vi chorar ou, pelo menos, encher osolhos d'água. Estava preocupado e visivelmente sentido,sentia escolher-lhe o trabalho de uma vida, cambiando por algo inverto mas que, teoricamente, uniria a família. As coisas já não eram as mesmas, cada um com sua vida, no seu canto. Nãoera o desmoronamento de uma família, mas - quiçá- o início daformação de várias outras, quando a unidade familiar começa a se separar.
Senti sua emoção pelo modo tranquilo que falava, mais tranquilo e centrado que o normal, e pela voz que lhe falhava: coisa que nunca acontecera. Era um homem de ferro. Noventa por cento, só a calçada. Nasceu bem longe de Itabira, família do Rio Grande, querência querida, masdeve ter alguém de Itabira. Seus olhos molhados mecomoveram,chorei no meucanto, solitário e solidário. Prometi para mim mesmo que faria mais e melhor que ele. Dia desses encontrei um livro seu (e talvez tenha feito como o pai de Estevão, n'O Jardim do Diabo) e pensei ser para mim. Também era para mim: "Dê ao seu filho uma inteligência superior". Fazer o que ele fez, conseguir o que ele conseguiu,chegar onde chegou, é pouco para o que aquelas mãos calejadas da labuta e macias do carinho fez por nós. "Casei para ser pai". E foi.Sem dúvida o melhor que já tive, o mais correto, o mais belo. Transmitiu o legado da existência. Honrarei aqueles olhos úmidos quaisquer que sejam as minhas dores e vontade de chorar.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Sem você não é possível...

(8)Na esperança de te ver chegar um dia
E matar toda a sede da minha boca(8)

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Seguindo a idéia de juntar as duas pontas da vida, nesse domingo eu fui rever parte da minha infância e pré-adolescência. Voltei àquele pequeno bairro onde existia minha casa de praia. Ela ainda existe materialmente, com poucas modificações, mas, na minha cabeça, mudou muito.
Não resisti e fiz a mesma manobra com o carro que meu pai fazia, anos atrás. O portão estava aberto e eu invadi a casa, os novos donos sempre disseram que poderíamos visitar quando quiséssemos, sem marcar nada. Não Marcamos. Entrei, deixei o carro no mesmo lugar de sempre, e desci para cumprimentá-los. Logo nos reconheceram e nos desejaram boas-vindas. Em alguns minutos eu pedi licença para adentrar a casa e matar um pouco a saudade.
A sala e a cozinha mudaram, os quartos não. O pátio traseiro estava menor, aumentaram a casa. O eucalipto ainda está lá, firme. A outra árvore não, disseram ter caído. Ela nasceu torta e estava muito inclinada. Ainda na nossa época era possível balança-la.
Da sombra do eucalipto eu mirei a rua ao lado. Não resisti e saí caminhando, devagar. Parei na frente da casa dele e pedi que o chamasse. A mocinha não me reconheceu, passou bastante tempo desde a última vez. Assim que ele chegou, precisou me olhar umas duas ou três vezes e só depois dar o abraço. Conversamos animados, vieram os pais, mais felicidade.
Na volta pra casa,naquela nova velha estrada, paramos no mesmo posto de 10 ou 12 anos atrás. O frentista daquela época não estava mais ou eu não o reconheci, não sei. A máquina de suco e o minifórmula 1 ainda estavam lá. Tive vontade de brincar, como naquele tempo.
Chegando em casa, tive outro presságio da infância. O barulhinho de desenhos animados dos anos 80 e 90 (aqueles clássicos, menos violentos que os de hoje... O mundo fantástico de Bob, Doug Funny, e por aí vai!) e o som da panela de pressão, chiando perto da hora do almoço. Eu, deitado, senti saudades daqueles tempos. Minhas aspirações eram outras, as obrigações idem.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Amigos para sempre é o que nós iremos ser!

Na primavera ou em qualquer das estações, nas horas simples, nos momentos de prazer...
O texto de hojeera pra ser sobre insights nostálgicos da minha infância. Era. Mudança repentina de planos ocasionadas pela propulsão adversa que essa música do rei gera em mim, pelo menos agora.
A vida é uma análise combinatória, por isso o blog. E a probabilidade de uma amizade durar para sempre é dada por uma combinação de arranjos complexos e, se tem combinação, tem traço de fração. Esse é o grande problema: o traço que divide em frações, que cria e prejudica diferenças até então inexistentes, que permuta, que distancia. O espaço amostral se torna limitado e decadente e a probabilidade da amizade seguir, ao longo dos anos -dos 5 anos- fica bem menor. Se a chance de dar errado somada a chance de dar certo corresponde a cem por cento sempre, pensa-se, erroneamente, que as chances são iguais e de cinquenta por cento. Nem sempre, com os amigos para sempre (ou os "amigos pra caralho") pode ser diferente.
Todo mundo já leu aquele texto que diz que um "amigo pra caralho" é aquele que briga contigo, te poe no chinelo, xinga tua mãe, chuta teu cachorro e risca teu carro, mas no dia seguinte é ele que está do teu lado pra te ajudar, e te xingar mais uma vez por estar te ajudando, que tu é burro por não resolver sozinho... Mas está ali, faz parte da tua vida.
A minha sugestão é repensar quantos amigos desses você tem e se são, de fato, assim. Uma coisa que aprendi com um amigo, e a frase eu jamais esquecerei, é que "se tu é meu amigo eu vou contigo até o fim, não importa o que aconteça, se tu está certo ou errado. Se tiver certo, beleza. Se tiver errado, conversarei contigo mas nunca te criticarei em público ou falarei mal. E se precisar, te ajudo a esconder um corpo".
Nunca pensei em matar ninguém. Tá, até já pensei mas o plano ideial nunca dura mais que 5 segundos (e não 5 anos, meus amigos!) na minha cabeça. Cinco anos é um bom tempo, suficiente para que se conheça uma pessoa. Ou não, já não sei mais...
"Na real não é uma questão de procura" - isso é amizade.


Pois é... amigos pra caralho!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Declaração

Ainda agora tenho dúvidas acerca do título da postagem. Pensei em colocar "Madrugadas", uma vez que todo o texto foi escrito no período compreendido entre a meia noite e seis da manhã, mas acho que o nome que aí está não irá gerar conflitos.O que explica a amizade? Não sei, mas deve existir alguma explicação. Talvez a graça seja nunca encontrá-la. Ou talvez esteja dentro da gente, no coração - o incansável coração - que só descansa entre a sístole a diástole (mas essa teoria prefiro comentar outra hora). Pode ser um olhar, um sorriso, uma piadinha sem graça ou até mesmo uma cantada barata. Não importa como, as pessoas se relacionam o tempo todo, e o "não-relacionamento" é também uma forma de se relacionar. É assim no trabalho, na escola, em casa e também no orkut.Hoje o texto é pra ela e eu poderia ser um pouco menos explícito. Gosto das entrelinhas, como disse em algum outro post, masgosto também do direto, do impassível, do esclarecimento e da magnitude das palavras. Gosto da expressão dos olhos, "lindos olhos". Mas muito antes disso, gosto da beleza de espírito, de caráter e de respeitabilidade. Exemplo de dedicação, de pessoa, enfim.Conversamos por horas e horas e não me canso, pelo contrário, sempre quero mais e mais. Mensagens e telefonemas, scraps e conversas no msn sempre muito animadas e descontraídas. O assunto também não pára, e quando pára a gente inventa. "Isso nunca foi problema pra gente". Inventamos a nossa amizade, ainda que sem entender a tal explicação.O "incansável"ainda bate mais depressa antes da ligação, ainda tem vergonha não sei bem de quê. Ela é tímida, mas sou eu quem diz para que não tenha vergonha. Eu também tenho. É uma forma de me deixar um pouco menos tímido e continuar a conversa. Nos divertimos, falamos palhaçadas e besteiras, mas nos respeitamos antes de qualquer coisa.Em tão pouco tempo já passamos por boas juntos. Perdemos, juntos, algumas noites de sono devido ao "maldito vestibular". Também conhecemos pessoas e histórias incríveis ( o que dizer da comunidade no orkut e da musa Arlei, por exemplo?!). Discutimos casamentos e festas no famoso PIDA, que acontecerão sem a nossa presença por enquanto. As madrugadas insones se transformaram em noites animadas e as horas pareciam correr. Além dela, tinha um "montE de gentE" que também contribuía para as noites animadas, mas com certeza ela foi a mais especial e marcante.Levarei pra sempre no coração esses primeiros momentos. Ela é meiga, amável e querida. Adoro o jeitinho que ela trata as pessoas e, em especial, o jeito que me trata. Cativa qualquer pessoa.
"É tão bom quando a vida nos apresenta pessoas que valem a pena"

Desculpa pelos erros durante o texto, escrevi durante algumas madrugadas e não corrigi, só transcrevi agora...

Buenas, se encerra por aí a minha declaração de amizade, de carinho e de companheirismo. ela é uma baita amiga!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

BOTEI O VIOLÃO NAS COSTAS e saí por aí. Chovia. Quiçá era aquela típica passagem de um livro, um romance qualquer, de quinta - como diria Estevão - onde o mocinho vaga, nostálgico, pelas ruas de sua cidade do coração.
REENCONTREI velhos amigos, discuti o tempo e o futebol, a gordura e a barba feia; a política e a crise de identidade, inclusive a nossa: ex pseudo-projetos de músicos com suas guitarras tocando canções da velha guarda.
NÃO ERA O MOCINHO, como n'O Jardim do Diabo, mas me sentia diferente, até um pouco incapaz, assim como Conrad, Conrad James.
"Su vida no era más su vida, pero eso estaba ok!". Estava diferente, nem melhor nem pior. Feliz! E as guitarras como que choravam:

De todas ellas, ella fue mi forza más hermosa (8)



Tenho andado tão inspirado!

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Corações

Dia desses, revirando antigas caixas onde guardo aquilo tudo que é representativo de alguma forma,encontrei algumas coisinhas que me remetiam a um passado no mínimo interessante. Livros esquecidos, músicas compostas e textos redigidos, fotos e até declarações. Como não pode ser diferente, algumas delas me causavam um rubor facial. Não que sejam dignas de vergonha, bem longe disso. Mas é incrível como os sentimentos mudam e, alguns anos depois, aquilo que parecia sem solução à época hoje perde totalmente o sentido. Encontrei algumas músicas também, tudo à época. Uma delas me chamou atenção, estava datada de julho de 2004. Tempos difíceis, me lembro bem. Alias, nunca esquecerei. Foi um período de brigas, desunião e uma vontade incrível de sumir por uns tempos...

Já escureceu
Os ventos também já mudaram de direção
Foram pra bem longe de nós
Caminhando em sentido oposto ao meu coração

Já anoiteceu
Os ventos também já erraram de direção
Foram pra bem longe de nós
Caminhando em silêncio oposto à razão

As flores agora choram
Com o orvalho da madrugada fria
Como o silêncio do deserto
Como as ruas cheias de gente vazia



Lembro também que anexei posteriormente mais um verso à musica, infelizmente não o encontrei, quem sabe um dia acabo de juntar essas duas pontas do fio.

Hoje meus sentimentos são outros e me parecem mais esclarecidos também. Tanto em relação à família (como eu disse, aqueles tempos foram difíceis) quanto a amigos, paixões, essas coisas.
Novamente a procurei em alguns lugares. Ônibus, ruas, o hospital não usei dessa vez. A verdade é que sabia como encontrá-la. Não tive coragem, não liguei. Ou então iniciei a chamada mas não deixei completar, não sei bem. Falar com ela me faz bem, me sinto alegre e renovado. É agradável e de um companheirismo gigantesco; falamos por horas e horas e sempre me parece muito rápido. O tempo -Ah!, o tempo! - voa.

Gosto das entrelinhas.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Sempre tem aquela história de que uma universidade é melhor ou pior que outra. Eu até concordo, mas isso não é uma verdade universal. Semana passada, numa formatura, fiquei sabendo de uma história de um dos formandos que, com certeza, nao interferiria na formação profissional essa ou aquela universidade.
O rapaz era catador de lixo e de latinhas, trabalhava pra pagar a sua faculdade. Morou, por alguns meses dentro da universidade porque nao tinha lugar para ficar. Ele teve diversos caminhos a seguir, mas manteve sua cabeça no lugar e conseguiu terminar seus estudos e ter uma formação de terceiro grau. É um vencedor como poucos. Não é "modinha" que tem por aí, filhinhos de papai que ficam brincando de escolher profissão. O cara conquistou o seu espaço, e nao faz diferença a universidade, ele é capaz!
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