segunda-feira, 10 de março de 2008

Histórias reais, seres imaginários

Acontecia sempre antes de datas especiais. A festa pronta, o horário marcado, o noivo esperando.

-Amarildo, essas crianças não fazem nada direito! Olha só aquela gravata do Juninho...!
-Vem cá, Juninho, deixa o pai arrumar isso aí.
-E tu, Lucas, nem um copo tu lava, nem um copo! Agora vou ter que juntar essas bagunças todas.

O salão era invadido por convivas vorazes por festa e por comida liberada, era o assunto para o dia seguinte.

No carro, impaciente, o Marquinhos reclamava:

-Manhê, deixa essa louça e vamos embora, já estamos atrasados!

Mas a Marilúcia não se dava por vencida:

-Eu estou pronta desde às sete, vocês que deixam para se arrumar em cima da hora, aí já viu, é essa correria! É tudo culpa tua, Amarildo, que deu moleza e mimou esses guris, porque se dependesse de mim...

E não acabou a frase, nunca acabava.

Já aborrecida ela lamentava não ter conseguido ensinar tantas coisas aos filhos quanto gostaria.
Os filhos, já cansados e suados, após duas horas engomados naqueles paletós azuis escuro a uma temperatura de quase quarenta graus, lamentavam o fato de a mãe ainda não ter parado de reclamar, tampouco ter se aprontado.

-Não quero mais saber de festa! Se vocês quiser ir, tudo bem. Eu não vou.

E lá ia Amarildo em mais uma desuas missões impossíveis convencer Marilúcia.

Por fim, chegavam junto dos noivos -ou um pouco depois - e curtiam a festa. No dia seguinte falavam da festa, da comida e das roupas. Como é bom o clima de festa!

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"Tudo diretamente indireto!" - Michelle Moraes

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