Seguindo a idéia de juntar as duas pontas da vida, nesse domingo eu fui rever parte da minha infância e pré-adolescência. Voltei àquele pequeno bairro onde existia minha casa de praia. Ela ainda existe materialmente, com poucas modificações, mas, na minha cabeça, mudou muito.
Não resisti e fiz a mesma manobra com o carro que meu pai fazia, anos atrás. O portão estava aberto e eu invadi a casa, os novos donos sempre disseram que poderíamos visitar quando quiséssemos, sem marcar nada. Não Marcamos. Entrei, deixei o carro no mesmo lugar de sempre, e desci para cumprimentá-los. Logo nos reconheceram e nos desejaram boas-vindas. Em alguns minutos eu pedi licença para adentrar a casa e matar um pouco a saudade.
A sala e a cozinha mudaram, os quartos não. O pátio traseiro estava menor, aumentaram a casa. O eucalipto ainda está lá, firme. A outra árvore não, disseram ter caído. Ela nasceu torta e estava muito inclinada. Ainda na nossa época era possível balança-la.
Da sombra do eucalipto eu mirei a rua ao lado. Não resisti e saí caminhando, devagar. Parei na frente da casa dele e pedi que o chamasse. A mocinha não me reconheceu, passou bastante tempo desde a última vez. Assim que ele chegou, precisou me olhar umas duas ou três vezes e só depois dar o abraço. Conversamos animados, vieram os pais, mais felicidade.
Na volta pra casa,naquela nova velha estrada, paramos no mesmo posto de 10 ou 12 anos atrás. O frentista daquela época não estava mais ou eu não o reconheci, não sei. A máquina de suco e o minifórmula 1 ainda estavam lá. Tive vontade de brincar, como naquele tempo.
Chegando em casa, tive outro presságio da infância. O barulhinho de desenhos animados dos anos 80 e 90 (aqueles clássicos, menos violentos que os de hoje... O mundo fantástico de Bob, Doug Funny, e por aí vai!) e o som da panela de pressão, chiando perto da hora do almoço. Eu, deitado, senti saudades daqueles tempos. Minhas aspirações eram outras, as obrigações idem.
Pega na mentira
Há 16 anos
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